sábado, 5 de março de 2011

Os milhões chegam aos aeroportos

Infraero deixou de investir 440 milhões em 2010
Empresa culpa entraves em licitações por gasto de apenas 59% do orçamento.
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) deixou de investir 440 milhões de reais ao longo do ano passado, mesmo com os aeroportos do país à beira de um colapso. Do orçamento previsto para a Infraero em 2010, de 1,085 bilhão de reais, foram executados apenas 59%, ou 645,6 milhões. Na prática, deixou-se de investir em segurança nas pistas de pouso, modernização e ampliação de terminais em um período marcado por atrasos e cancelamentos de voos. (Veja 02/02/2011)
As autoridades do setor aeroportuário ainda não se deram conta do quanto é impactante uma reforma estrutural em um aeródromo/aeroporto que opera H24. Os prazos para a execução de qualquer obra são condicionados ao volume de tráfego da localidade e isso é uma variável que extrapola qualquer cálculo de engenharia e qualquer cronograma. Um aeródromo tem disponibilidade para obras dependendo do volume de tráfego, alterações climáticas, incidentes, acidentes, inoperâncias de equipamentos básicos para a aviação. Quando esses fatores não são levados em consideração, ficamos expostos, além do aumento do custo operacional das empresas aéreas, a um aumento considerável dos riscos operacionais tanto para pilotos quanto para controladores. Essa inobservância é o que poderíamos chamar cientificamente de “amadorismo!” Aquele mesmo jeitão demonstrado na reforma da pista de Congonhas por ocasião do acidente do JJ3054. Não foi assim? Com grooving, sem grooving, com chuva, sem chuva, com reverso, sem reverso, com desculpas, sem desculpas, com área de escape, sem área de escape, com charuto, sem charuto, com medidor de lâmina d’água, sem medidor de lâmina d’água, com...
E mais uma vez ressalto que, entregar as obras às vésperas dos grandes eventos irá colocar os profissionais do setor aeronáutico, aeronautas e aeroviários em terreno ainda não familiarizado, com equipamentos novos e um volume de trabalho extremamente atípico. Isso não é seguro.
Bem, já que a coisa não anda mesmo, que tal aproveitar, antes que esses milhões se percam, doá-los para a merenda escolar, para o Fome-Zero. E por falar em milho, que tal pamonha?

http://celsobigblogger.blogspot.com/2010/05/transporte-aereo-de-pamonhas.html

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