sexta-feira, 28 de junho de 2013

O BRASIL E SUA INFRAESTRUTURA VICINAL.


Sinto não poder estender essa dissertação escarafunchando os buracos existentes na infraestrutura aeroportuária. Buracos corroídos pela sangria criminosa do dinheiro público, pela falsa incompetência administrativa demonstrada no dia-a-dia, mas que tem por verdadeira finalidade vistas a interesses futuros nas reformas, nas melhorias, nas adequações. Tratar o bem público como descartável é prática notada a olhos vistos até por leigos, quando vê a água da chuva molhando seus pertences e inundando o saguão do aeroporto, saindo pelos dutos elétricos e pelas telas de computador. É esquivar-se de pedaços de gesso que despencam do teto de um "puxadinho" recém-construído por R$ 80 milhões a lhe cair na cabeça. É esperar resignadamente na fila para uso do banheiro. É esperar pela bagagem na esteira, com sentimento que sua mala vai demorar ou foi violada. É esperar por atrasos erroneamente atribuídos ao controle de tráfego, que ziguezagueiam aviões no espaço aéreo esperando vagas nos estacionamentos dos aeródromos.
O Brasil é um novo rico, que não sabe como gastar sua fortuna, e age como "garimpeiro-saúva" que imediatamente após encontrar uma boa pepita exclama a todos os pulmões: "- Hoje não vai ter puta pobre". Não foi assim na campanha presidencial que alardeava a riqueza do présal? 
A minha indignação prossegue, pois dentro dos diversos círculos de debate sobre aviação, desde os mais modestos personagens das pistas até aqueles grupos que se autodenominam experts em aviação, nota-se uma só característica comum: "NÃO SEI COMO RESOLVER!” 
Ainda que construíssemos excelentes aeroportos, fatalmente ficaríamos retidos nos congestionamentos das vias de acesso, mesmo sendo decretado "feriado" nos dias de jogos para minimizar o tráfego de veículos nas ruas, sem sequer importar-se com o prejuízo que isso causa aos empresários pagadores de impostos, ao aprendizado de nossa juventude desprestigiada. Se os governantes não desejarem disparar mais tiros nos pés, é bom lembrar que o povo aprendeu a sair nas ruas e nada melhor do que um feriado para fazê-lo.
Não seria melhor começar desde já a pensar numa vítima para assumir a pasta da SAC em 2015? Chega de falso amadorismo. A preocupação agora já não é "como será na Copa", mas sim, "depois da Copa". Não acredito que os brasileiros tão elogiados no estrangeiro não sejam capazes de entender e empreender suas próprias soluções.
Celso BigDog
Controlador de Tráfego Aéreo (ret)

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A AVIAÇÃO CIVIL E A INFRAESTRUTURA AEROPARTIDÁRIA

SEGUNDA-FEIRA, 8 DE ABRIL DE 2013

A infraestrutura aeroportuária, ainda que só tenha olhos para o conforto dos passageiros, dos parentes, amigos e fâ clubes que vêm despedir-se daqueles que viajam, por trás dos tapumes, escondem uma situação de doença crônica, que é facilmente desvendada pela mídia em suas manchetes: CAI TETO DO NOVO TERMINAL DE PASSAGEIROS; AEROPORTO DE SALVADOR É INVADIDO POR ENXURRADA; GOTEIRAS NO AEROPORTO DE BRASÍLIA; AEROPORTO DE VITÓRIA SOFRE NOVA DERROTA; NOVO AEROPORTO DE GOIÂNIA SE DETERIORA NO MEIO DO MATO; AEROPORTO DE CONGONHAS PERDE 300 METROS DE PISTA DEVIDO DESRESPEITO À ZONA DE PROTEÇÃO DE AERÓDROMO; ...e muito mais.
Lutaram tanto pela desmilitarização da Aviação Civil para então politizá-la. É isso que estavam querendo? É esse modelo de clube dominado por partidos políticos que pretende melhorar o transporte aéreo no Brasil? Uma coisa ninguém pode negar, ainda que eu seja a favor de uma condição totalmente civil na aviação, se os militares tivessem à sua disposição a verba que já foi despejada no setor nos últimos anos, certamente estaríamos entre os países com os maiores e mais operacionais aeroportos do mundo. Digo também que, se quisermos correr atrás do prejuízo, temos agora que DESPOLITIZAR a Aviação Civil Brasileira, entregando-a em mãos tecnicamente habilitadas, de grandes valores "apartidários" espalhados pelo País e repatriar outros tantos que tiveram seu valor reconhecido no exterior.
É preciso pensar sim em investimentos de longo prazo, mas não é admissível que se use essa desculpa para abandonar a atual estrutura de base, ou tratá-la com pouco caso, pois em aviação, um minuto é muito tempo, um ano é uma eternidade.

Celso BigDog
Aeroportos brasileiros fecharam 1804 vezes em 2012

Falta de investimentos nos aeroportos gera prejuízos para cias aéreas e passageiros

Novo aeroporto vira mato em Goiânia

Problemas nos aeroportos brasileiros (Alexandre Garcia)